Um comitê da Coordenadora de Ação Conjunta para a Palestina na Tunísia anunciou no sábado a iniciativa denominada “Caravana da Resiliência”, com o objetivo de pressionar pelo fim da guerra de extermínio perpetrada por Israel e do cerco que impede a entrada de assistência humanitária na região sitiada.
Segundo comunicado do comitê pró-Palestina, “A Caravana Magrebina da Firmeza para Romper o Cerco a Gaza” partirá na segunda-feira da capital Túnis, bem como das cidades de Susa (leste), Sfax e Gabes, em direção à cidade de Ben Gardane, no sul do país. De lá, seguirá em rota terrestre através da Líbia e do Egito até alcançar a Faixa de Gaza, com a missão de entregar ajuda humanitária e manifestar solidariedade ao povo palestino sob cerco.
Estima-se que a comitiva, composta por sindicalistas, líderes políticos, defensores dos direitos humanos e profissionais da saúde, siga pela estrada costeira da Líbia até o Cairo e, posteriormente, até a passagem de Rafah — cidade egípcia que faz fronteira com o enclave palestino.
De acordo com Wael Nawar, porta-voz da Caravana da Resiliência, “até 30 de maio, mais de 7 mil pessoas de diversas nacionalidades norte-africanas haviam confirmado participação na iniciativa”.
Essa mobilização acontece enquanto o navio da Frota da Liberdade, denominado “Madeleine”, se aproxima da Faixa de Gaza, após zarpar da Itália em 1º de junho. A bordo, 12 ativistas defensores dos direitos humanos temem um possível ataque por parte de Israel ou a obstrução da missão, cujo objetivo é romper o bloqueio imposto há mais de 20 meses, que mergulhou a região em uma crise humanitária de fome e morte.
Na quarta-feira, a Corporação de Radiodifusão de Israel informou que o regime israelense decidiu proibir a aproximação ou atracação do navio “Madeleine” nas imediações da costa de Gaza. Segundo as autoridades, inicialmente havia uma disposição para permitir a chegada da embarcação desde que não representasse risco à segurança, mas a decisão foi revista “a fim de evitar a criação de um precedente que possa se repetir”.
A ofensiva militar israelense contra Gaza, iniciada em 7 de outubro de 2023, já causou a morte de mais de 54.700 palestinos — a maioria mulheres e crianças — de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
Desde 2 de março de 2025, o regime israelense bloqueou completamente a entrada de caminhões com ajuda humanitária no enclave, deixando deliberadamente mais de dois milhões de civis sob risco de fome, diante da inércia da comunidade internacional.
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